As denúncias realizadas em campo experimental da Embrapa Amazônia
Ocidental, no Distrito Agropecuário da Superintendência da Zona Franca
de Manaus (Suframa), localizado a 53 quilômetros de Manaus, de que os
trabalhadores são mantidos em cárcere privado, têm desvio de função e
sofrem demissões irregulares, "não se tratam de trabalho análogo ao
escravo e sim de irregularidades passíveis de correção".
Foi o que
informou Dermilson Chagas, titular da Superintendência Regional do
Trabalho e Emprego (SRTE/AM), que investiga a denúncia dos trabalhadores
de serem mantidos em cárcere privado. "Não existem barreiras físicas
ou humanas, como segurança armada, impedindo o direito do trabalhador de
ir e vir", disse.
Ele informou, ainda, que a fiscalização está
verificando se os trabalhadores têm compensação de horas, como folgas
semanais, como acontece, por exemplo, com os trabalhadores de campo da
Petrobras. "O nosso auditor está montando um relatório com as
irregularidades nos campos da Embrapa, e depois de pronto, iremos fazer
uma reunião com o sindicato dos trabalhadores e a empresa, para pôr os
pingos nos is", informou.
Segundo o superintendente, o trabalho é
considerado análogo ao escravo quando o trabalhador é submetido a um
conjunto de fatores, como falta de registro profissional, não ter
direito a transporte, apresentar uma carga de trabalho exaustiva, não
receber um treinamento adequado para assumir determinada função, entre
outros. "Posso adiantar que existem, sim, precariedades nos campos da
Emprapa, mas não se trata de trabalho análogo ao escravo", garantiu.
SINPAF
Representantes
do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento
Agropecuário (Sinpaf) visitaram os campos da Embrapa do Rio Urubu e o da
Suframa, nos dias 1 e 2 de fevereiro e encontram algumas
irregularidades. Segundo o diretor institucional do Sinpaf, Luiz Soares,
a Embrapa prometeu atender algumas exigências do sindicato o mais
rápido possível.
Entre as necessidades mais urgentes, está o
alojamento. "Queremos que a Embrapa ofereça camas, porque nem todos são
acostumados com redes", ressaltou. Outro ponto exigido é a comunicação
dos trabalhadores com suas famílias.
Ele afirmou, ainda, que a
situação do trabalhador no meio do campo requer muita estrutura. "Lá no
campo, que fica no meio do mato, onde o trabalhador permanece o dia
inteiro, não tem lugar para ele fazer as refeições, beber água e nem tem
banheiros", relatou.
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