Desde o começo do
ano, mais de 180 reuniões foram realizadas entre o governo federal e
representantes de ao menos 30 categorias do funcionalismo, segundo a
Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef). Os
servidores cobravam reestruturação de carreiras, reajustes salariais e melhores
condições de trabalho, mas viram as negociações proteladas até agosto.
Resultado: cerca de 250 mil funcionários, entre professores, policiais federais
e rodoviários, auditores fiscais, empregados do Incra, da Funai, do Banco
Central, das agências reguladoras, de portos e aeroportos, cruzaram os braços
ou forçaram a lentidão dos serviços em operações-padrão. Nas contas do governo,
a greve mobilizou 11.495 funcionários, que tiveram os pontos cortados.
Os números evocam os
grandes protestos dos tempos de Fernando Henrique Cardoso. Com uma diferença:
“Antes fazíamos greve para conseguir negociar. Com o Lula, as mesas de
negociação permanente foram criadas e as categorias tiveram reajustes acima da
inflação. Agora temos de fazer greves para que os acordos sejam cumpridos”,
explica Sérgio Ronaldo da Silva, diretor da Condsef. “Estamos dialogando desde
o ano passado. Deliberamos que em 2012 tudo seria unificado e as
reivindicações, padronizadas.” O governo cita os efeitos da crise mundial como
limitadores dos reajustes.
Às vésperas do
prazo-limite para o envio do Orçamento ao Congresso, o Palácio do Planalto
apresentou uma proposta-padrão para as entidades, exceto ao setor de educação:
reajuste de 15,8% nos salários, parcelado até 2015. A proposta foi rejeitada e
o Executivo terá agora menos de uma semana para negociar com os servidores.
Para Vagner de
Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), a crise atual
simboliza o esgotamento do modelo de negociação. Para ele, essas propostas
devem ser apresentadas sempre no primeiro semestre, para dar tempo de negociar.
“Senão, o confronto é estimulado.”
Apesar da tensão,
Freitas nega que a entidade, historicamente ligada ao PT, tenha se distanciado
do atual governo. “O projeto da CUT é mais próximo dos governos Lula e Dilma do
que das administrações anteriores.”
Comentário: A pratica do governo Dilma (PT) assemelha-se a de Fernando Collor de Melo, que fez campanha contra os marajás. O certo é que elegendo os funcionários como vilão não resolverá os problemas do Brasil.
O PT hoje esta mais para Fernando Collor do que para um governo democrático.
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