Um polêmico projeto de lei, nº 222/08,
de autoria do senador Delcídio Amaral, está dando o que falar no
Congresso. A proposta é privatizar a Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa). O que, evidentemente, não conta com o apoio de
funcionários e pesquisadores do órgão.
Em contato com o Blog, representantes da
Embrapa em Petrolina enviaram um artigo da engenheira agrônoma e
consultora em Biodiversidade, Dra. Ângela Cordeiro, sobre o assunto.
Confiram:
O que se pode esperar da EMBRAPA
tendo empresas como Monsanto, Syngenta, Bayer etc, no Conselho de
Acionistas? Se, hoje, já é difícil incluir temas como agricultura
familiar, agroecologia, agrobiodiversidade na pauta de pesquisa, imagine
com esses acionistas?
O que vai acontecer com os
recursos genéticos depositados no CENARGEM e outros bancos da EMBRAPA?
Serão de propriedades das companhias acionistas?
A EMBRAPA se destaca pelo grande
número de pesquisadores com graduação no exterior, na grande maioria
financiada com recursos públicos. Esse “capital humano” vai se tornar
ativo dos novos acionistas (privados)?
Considerando a importância da
inovação e pesquisa na agricultura para um Brasil sustentável, sem fome e
sem miséria, o que esperar de uma empresa de pesquisa cuja agenda venha
ser orientada pelos desejos de Monsanto, Syngenta, Bayer…?
Se a segurança alimentar e o
combate à fome são de fato prioridade na agenda brasileira, não seria
mais adequado priorizar investimentos públicos na EMBRAPA, em vez de
praticamente privatizá-la?
Dra.Ângela Cordeiro/Engenheira Agrônoma e Consultora em Biodiversidade
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