Especialistas
procurados por VEJA afirmam que cortes podem fazer o Brasil perder
oportunidades históricas de se estabelecer como potência científica
A notícia de que o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação vai
perder 20% do orçamento em 2012 foi recebida com frustração pela
comunidade científica. Para os cientistas ouvidos pelo site de VEJA, o
corte passa uma mensagem que contradiz a política anunciada durante a posse do novo ministro de ciência, tecnologia e inovação, Marco Antonio Raupp, em janeiro.
Na ocasião, Dilma afirmou que educação e ciência eram pilares do
governo e que haveria um "casamento" entre as pastas. O corte de 1,48
bilhão de reais nas despesas de Ciência e Tecnologia, anunciado nesta quarta-feira pelo governo,
reduziu o montante gasto em ciência, tecnologia e inovação no país para
5,2 bilhões. Em 2011, já houve um corte de 23%, quando o orçamento
perdeu um bilhão de reais dos 7,4 bilhões previstos. Contudo, o corte de
55 bilhões no orçamento de 2012 não afetou o Ministério da Educação.
A medida coloca um ponto de interrogação na conclusão de grandes projetos, como a entrada do Brasil no ESO
(Observatório Europeu do Sul), a participação do país no CERN (Centro
Europeu de Pesquisas Nucleares) e a construção do novo anel síncrotron,
um tipo de acelerador de partículas, em Campinas. Além disso, os
cientistas estão preocupados com o dinheiro destinado para o
financiamento de pesquisa.
De acordo com a assessoria do ministério, a pasta vai reavaliar a
situação orçamentária e se pronunciará nos próximos dias. Nesta
quinta-feira, Raupp passou o dia visitando o Centro Experimental de
Aramar, em Iperó, no interior de São Paulo. O centro é responsável pela
pesquisa nuclear da Marinha.
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