Garantindo que "não recuará das declarações que fez sobre a
magistratura brasileira", a corregedora do Conselho Nacional de Justiça,
ministra Eliana Calmon, foi mais além: "a quase totalidade dos 16.000
juízes do país é honesta, os bandidos são minoria. Uma coisa mínima, de
1%, mas que fazem um estrago absurdo no Judiciário".
As
informações são do jornal Bahia Negócios, que transcreve outra frase da
ministra baiana:"A imagem do Judiciário é a pior possível, junto ao
público que recorre aos tribunais".
Ela disse que está muito
triste com a possibilidade de o Supremo limitar os poderes da
corregedoria, afirmando que "as portas estão se fechando, e parece haver
um complô para que não se puna ninguém no Brasil."
Para entidade, não existe juiz ladrão
O
presidente da Associação de Magistrados Brasileiros (AMB), Nelson
Calandra, afirmou ontem (28) que o Conselho Nacional de Justiça
"transformou-se num tribunal de exceção, à semelhança do regime militar,
avançando sobre as atribuições do Judiciário e demais poderes para
realizar julgamentos sumários e punir magistrados de forma arbitrária". A
matéria foi publicada pelo jornal O Estado de Minas.
A
associação é autora da ação de inconstitucionalidade, a ser julgada
proximamente pelo STF, que poderá esvaziar os poderes do conselho.
Calandra
rebateu a acusação da ministra Eliana Calmon, corregedora do CNJ, de
que a ação beneficia a impunidade dos bandidos de toga existentes na
categoria.
Discordo dela. Não existe juiz ladrão no Brasil, nem
bandidos na magistratura, garantiu Calandra. O que há, segundo ele, são
desvios, como em qualquer categoria, que devem ser combatidos na forma
da Constituição e das leis.
O magistrado presidente da AMB foi além, afirmando que quando alguém fala que há ladrão no Judiciário comete um erro.
Apesar
de se dizer indignado, Calandra informou que a entidade não vai
processar, nem interpelar judicialmente a ministra, que, a seu ver
cometeu apenas um destempero verbal, típico de juízes que se acham
cobertos de razão.
Ela pôs aquela pimenta baiana para acender o debate em torno do tema, afirmou.
Acredito
que foi excesso de destempero, um equívoco, minimizou. Ele remeteu
ontem (29) a Eliana uma carta pedindo que ela se retrate ou que aponte
os ladrões e bandidos que diz ter na categoria.
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