O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu na quarta-feira, 15, a posição da presidente Dilma Rousseff...
Dida Sampaio/AE
"Dilma fala a empresários enquanto servidores protestam
em frente ao Palácio do Planalto"
|
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu na quarta-feira,
15, a posição da presidente Dilma Rousseff sobre a greve dos servidores
federais, ao afirmar que o governo nem sempre pode atender às
reivindicações. O ex-presidente destacou que Dilma "quer ajudar as
pessoas mais pobres, que não têm salário". "É direito dos trabalhadores
fazer greve, mas é direito do governo atender ou não", disse, após
gravar para o horário eleitoral gratuito de candidatos do PT num hotel
da zona sul de São Paulo.
A greve mobiliza no País cerca de 350
mil funcionários públicos de pelo menos 36 categorias. A direção do PT
teme que as paralisações possam produzir impacto negativo nas eleições
deste ano.
Na quarta, representantes do INSS e de inúmeras
categorias de grevistas protestaram em frente ao Palácio do Planalto,
fechando o trânsito no local. A manifestação, que entrou pela noite,
obrigou a presidente a deixar o Palácio pelos fundos. Assim que os
manifestantes tomaram a praça dos Três Poderes e avançaram em direção ao
Planalto, a segurança foi engrossada pelo Batalhão de Choque, que
chegou com escudos, armas em punho e cachorros. Os manifestantes
carregavam faixas "Fora Dilma" e "queremos reajuste".
Para Lula, o
governo está disposto ao diálogo, mas depende do Orçamento a ser
votado. "As pessoas devem compreender que o governo não tem todo o
dinheiro que a gente lá fora pensa que tem. O dinheiro é limitado." Comentário: Mais isso que o presidente dissa quando outros estavam no poder "O governo pode tudo pois tem a chave do cofre e tem muito dinheiro" agora não tem mais esse dinheiro? acredito que não tenha mesmo pois com tanto mensaleiros essa fonte deve está igual o NORDESTE seco sem água e alimento para maioria da população.
Ele
defendeu um acordo entre governo e trabalhadores e disse que as pessoas
não podem perder a esperança porque sua sucessora na Presidência tem
sensibilidade social e quer ajudar. Lula citou a crise internacional que
afeta a Europa e outros países e lembrou que, embora o Brasil sofra
menos, o País está inserido numa economia globalizada. "Ela (Dilma) tem
outras coisas para fazer investimentos, como a infraestrutura, que é
importante para melhorar a vida do povo."
O ex-presidente recordou
que também enfrentou manifestações quando estava na Presidência e
achava engraçado o fato, já que, como líder sindical, também liderou
muitas greves. "Até entrei em passeata contra mim mesmo", brincou Lula.
Calendário.
O governo negocia com os servidores públicos em greve para reduzir o
valor dos pedidos de aumento, que somam R$ 92 bilhões. Na reunião que a
ministra do Planejamento, Miriam Belchior, teve na última segunda-feira,
13, com a presidente Dilma ficou sacramentado que o valor disponível
para conceder reajustes é muito inferior ao pleiteado pelos servidores. A
estratégia, então, é contar com o calendário para forçar os
funcionários públicos a aceitar correções salariais mais modestas ou, em
alguns casos, nada.
Pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO),
os reajustes salariais só podem ser pagos se o Executivo tiver enviado
projeto de lei propondo os novos valores até o dia 31 de agosto do ano
anterior. Esse é também o prazo máximo para envio da proposta do
Orçamento para o ano seguinte, onde estará a previsão de gastos
adicionais com salários.
"Não adianta manter greve depois do dia
31", disse o presidente da Confederação dos Trabalhadores no Serviço
Público Federal (Condsef), Josemilton Costa. "A perspectiva legal de
atender a algum pedido depois de fechado o orçamento é nenhuma."
O
secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento,
Sérgio Mendonça, destacou a necessidade de lidar com as especificidades
de cada carreira. Segundo ele, qualquer aumento depende do "espaço
orçamentário". Ontem, quatro horas de reunião não foram suficientes para
resolver os impasses entre os técnicos administrativos das
universidades e institutos federais e o governo. /COLABORARAM TÂNIA
MONTEIRO e DÉBORA ÁLVARES
Fonte: Estadão
Nenhum comentário:
Postar um comentário